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Friday, May 30, 2003



Spurs e Nets na final da NBA!
Espero que o Jason Kidd leve o anel, mas não me chateia nada que San Antonio ganhe. Só não ver lá os Lakers já me enche de alegria!


Thursday, May 29, 2003

TENHAM SANTA PACIÊNCIA!

Bolas, eu bem tento não ter reservas relativamente aos americanos, mas os gajos também não colaboram, foda-se!!!
Ainda pensei que fosse uma notícia atrasada do 1º de Abril, mas debalde! (Sempre gostei desta expressão)
Nem consigo dizer mais nada...


Jets pagam mais caro

Pois é... New Jersey é sempre a terra dos lixados...
Mas este ano, pelo menos em basquetebol, os NETS estão na final da NBA... e se bem me lembro, on Knicks nem sequer foram ao playoff...
Toma lá fresquinho!


Wednesday, May 28, 2003

Desta vez, é a Babe...


"As pessoas assustam-se ou desdramatizam, porque não existe à-vontade suficiente que possa contemporizar com revelações ou confissões deste género. No meu caso, será um pouco de deitar a perder o que for necessário, falar do que realmente se passa, sem merdas, sem rodeios, tentando abarcar a dimensão de tudo, numa ausência de jogo ou estratégia.
Queria dizer-lhe. A olhar assim para ela, nas suas calças de ganga preta e camisola castanha de gola alta, ambas justas ao corpo, e o cabelo solto algo eriçado devido à humidade, queria apenas dizer-lhe que aquela naturalidade que passara a tantos despercebida, me fizera sentir algo forte e absolutamente inconsequente se o tivesse de ser, por se revestir de uma naturalidade que me rodeou de estranheza.
E foi em meio a estas palavras que, sem dar por isso, embarquei nesse discurso, confessando-lhe o que me fizera, sem piscar os olhos ou hesitar nas palavras. Fiz a apologia da desafectação, da espontaneidade, de algo que crescera porque só poderia seguir esse caminho, mas que não se atrevia a pedir nada para si. Era um encanto, por ser algo que, assim encontrado, trazia novidades ao cinismo dos conceitos e à opinião que possuía das pessoas que esperava ainda encontrar. Aquela pessoa, ali sentada, engolindo em seco ao ouvir-me falar firme e resoluto acerca do que em outros causa tosse e engasgos, encantara-me apenas e simplesmente por ser aquilo que era. Apesar da timidez, não havia um disfarce pela transmutação, mas por um juízo de confirmação acerca da surdez de todos quantos a rodeavam. A sua tela de segurança, era igualmente a moínha mental que a fazia agonizar e perder a noção de preenchimento de objectivos, que para ela eram evidentes, mas que equivaliam a um desejo que somente outras seguranças permitiam o desejo de exigir, ou mesmo de somente querer. A sensação que quem não está habituado a progredir para além do desejar tem.
A irrealidade que, num recantozinho insignificante do mundo, com toda a irrelevância inerente aos desejos de apenas duas pessoas, iniciou um mundo para ambas. Ninguém poderia saber o que ali se passara, nem a terra girara mais depressa por isso mesmo. Mas o feitiço do esquecimento operou ali o seu milagre individual, trazendo em catadupa aquilo que estava proibido.
Proibido, porque se encontrava no domínio do que se almeja, não do que supostamente se poderia tocar. Teria de falar para ela, não no sentido de que ela entendesse, mas que percebesse o quanto aquilo que eu diria era ultrapassado com o que efectivamente existia."




Para a Babe...


Soneto da devoção
Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.

Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.

Essa mulher é um mundo! — uma cadela
Talvez... — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!


Vinicius de Moraes





The Road Not Taken

Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;

Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it wa grassy and wanted wear;
Though as for that, the passing there
Had worn them really about the same,

And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.

I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two road diverged in a wood, and I-
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.



Robert Frost

Quantos de nós pensam que fazem exactamente isto?


Sinceramente, o que passa pela cabeça das pessoas que desejam ver levantado o Segredo De Justiça?
Não tenho tempo de entrar na temática jurídica propriamente dita, o que ainda farei num outro post, mas prende-se com toda a estrutura do processo penal e eficácia da investigação criminal.

E isto porque em sede de processo penal a prova ainda é rainha e senhora, e se quem não deve não teme, então a investigação criminal só funciona na medida em que o ónus da prova está mais que garantido por parte do Ministério Público, através da acção executiva da polícia judiciária.

E quem põe em causa a eficácia e razão de ser do segredo de justiça, mande um mail ou postal á Fátima, que foi a banhos ao Rio de Janeiro. De facto é uma vergonha. Se ela tivesse sido notificada logo aquando da abertura do inquérito e não só no momento de aplicação da medida de coação, teria tido tempo para arranjar as coisas na Austrália ou na Patagónia.
É que o Brasil é tão cliché como exílio, que já chateia.... mesmo com dupla nacionalidade...




E é o último debate antes do Verão. No dia 4 de Junho, o Jardim de Inverno do São Luiz recebe a última volta ao mundo pelos livros do mês desta temporada. Anabela Mota Ribeiro faz a moderação do debate que conta ainda com a presença de alguns dos mais representativos críticos literários da nova geração, como Pedro Mexia e José Mário Silva. A componente mais "polémica" está a cargo de dois representantes de tendências políticas opostas – o colunista de O Independente, João Pereira Coutinho, e Daniel de Oliveira, colunista de A Capital.

A grande Bomba Inteligente colocou este post no seu magnífico blog, o que me suscitou duas ideias muito díspares, mas sobre as quais me atreveria a falar um bocadinho:

A primeira prende-se com algo que as Crónicas Matinais e a grande Ana(!) já tinha referido. Anabela Mota Ribeiro? Porque não a Catarina Furtado, a Bárbara Guimarães ou a Teresa Guilherme? A Ana Malhoa parece-me demais, mas com um bom cachet... ( soletrei mal com certeza...)

A imagem que tenho, e que me arrepia até á raiz dos cabelos, era um programa já velhote onde ela moderava o grande Júlio Machado Vaz e outros convidados em conversas de interesse, sem conseguir minimamente acompanhar o ritmo da discussão e tendo sempre aquela postura "Bárbaro-Guimaraniana" - "A sério Mestre?"

A segunda prende-se com a ideia da polémica suscitada acima, e a definição de crítico literário.

Comecemos por esta ultima:

O que é um crítico literário. Onde é que se preenche o formulário que nos habilita a ser mais qualificados para julgar, apreciar e fazer doutrina sobre um livro do que uma pessoa razoavelmente informada que resolva ler o mesmo escrito?
O crítico literário per se, parece-me uma espécie de entrada por meios que ninguém sabe muito bem quais são no meandro da respeitabilidade das opiniões relativas a uma qualquer criação, ou seja, ganha-se uma espécie de eco ret+orico no forum cá do burgo. Aqui não acho mal. O que já me causa alguma tendinite nos dedos é precisamente a ideia que subsiste na defesa da dita crítica iluminada e instruída. Mas que vem a ser isso? Mas alguém, só por ler mais seicentos livros que outra pessoa, está qualificado a apresentar a sua apreciação subjectiva sob a forma de postulado cultural? Ou será que a defesa da culturalização e capacidade de pensar sobre algo está determinado pela quantidade de citações que se consegue memorizar?

Aliás, o post supra referido dá-nos precisamente essa ideia, denunciando um pequeno pormenor que me deixa algo inquieto. A polémica está garantida devido aos locais de poiso político que cada um defende, mas, e correndo o risco de parecer uma besta ainda maior, talvez o desejável fosse uma apreciação aberta ás obras e pensar no que elas quereriam realmente dizer. E então quando se sai do domínio da análise de livros relativos a factos e análises aos mesmos e se entra nos meandros da ficcão, a coisa complica-se. Porque a mais das vezes o hermetismo da linguagem substitui uma qualquer possibilidade de real explicação da apreciação tida á obra em análise.

E sinceramente, acho que deve haver sempre algum cuidado na crítica a escritores ou quaisquer outros artistas, porque a ideia máxima de que se podemos ser óptimos leitores e maus escritores, soa sempre á velha máxima " Faz o que eu digo, não faças o que eu faço"...

Mas que sei eu?...






Errata:

Concordâncias
Magnífico

Não sei porquê mas o editor de texto corrige-me isto constantemente, e mal, ainda por cima.

Abraços!


Há várias perguntas a fazer. Obviamente.
A primeira será a relativa á razão pela qual terei eu colocado citações e imagens de determinado filme e livro antes de dizer uma palavra sequer. Ora, por imperativos de apresentação cordata, e por falta de engenho meu, fica uma espécie de mostra conceptual do que me é caro e define uma certa forma de olhar para as coisas. Ou seja, afastará imediatamente aqueles que com bom senso aplicado a toda a prova, tenham mais e melhor que fazer.

A segunda é ainda mais escandalosa.
Mas porque terei eu pensado em colocar qualquer coisa aqui na "Virtualandia"? Não terei nada melhor para fazer? Cozer meias? Trabalhar em casa, ler bons livros, cozinhar um jantar ou dar cabo do canastro no ginásio, ao invés de chatear a paciência daqueles que aqui venham parar por engano?
Bem, a ideia é muito simples, e radica única e exclusivamente na vontade de expressar alguma coisa e pensar em voz alta. Além disso gosto de escrever. Podia-me dar para pior ( ou não, pensarão muitos), mas é a forma que encontro de deixar sair algumas coisas e mostrar outras tantas que em algum momento me disseram alguma coisa, seja pelos bons ou maus motivos.
Certa vez, num local destes que frequento com alguma assiduidade, embora me arrisque a aparecer pouco, disseram-me que encetava uma cruzada contra as peneiras.
Talvez, mas não é assim exactamente. A questão é um pouco mais vasta. Trata-se apenas de um posicionamento um pouco averso a crí­ticas fáceis ou assentes em factores pouco claros descritos por trás de escrita hermética e definição de padrões que qualidade e aceitação que, não sendo objectivos, são defendidos como sendo a única forma observável da realidade dita correctinha. Em suma, cabotinismo mais ou menos insustentado.
Claro que toda a gente o faz de quando em vez, mas pautar uma conduta precisamente por essa tendência laboriosa de contra corrente, como aqueles tipos que num jantar não gostam desde a comida ao local onde se vai emborcar uns canecos, torna-se cansativo, repetitivo, e a História mostrou que por vezes as suas apreciações caem em saco roto. Basta lembrar Emily Bronte e Allan Poe...

Sinceramente, e pedindo desculpa desde já, não sei muito bem o que estou a fazer, mas olhem, tratando-se isto de um quintal próprio, tem aquela facilidade de ser regido de acordo com as concordãncias ou distanciamentos hormonais de cada dia, sejam traduzidos em "sorrisos estilo pós sexo magní­fico", ou "dentes cerrados vertente maus fígados."

Em meio a tanta gente tão competente e informada que tem verdadeiros blogs pela "Virtualandia", desde o mais sério e informativo ao mais hilariante, tentarei fazer pouco estrago. Espero...

"Felix Qui potuit rerum cognoscere causas" Por isso fala-se e opina-se.

Porque ainda somos livres para pensar, e acredito piamente que o relativismo cínico não pode ser absoluto.

Abraços


As coisas mais importantes são as mais difíceis de dizer. São coisas que nos envergonham porque as palavras as diminuem .As palavras encolhem aquilo que parece ilimitado quando estão na nossa mente, até ficarem com o tamanho real quando são deitadas cá para fora.
As coisas mais importantes encontram-se demasiado perto do local onde está enterrado o nosso coração secreto, como marcas que assinalam um tesouro que os nossos inimigos adorariam roubar. E podemos fazer revelações que nos sairão bstante caras, fazendo com que as pessoas nos olhem com estranheza, sem perceber nada do que dissemos, ou o motivo pelo qual quase chorámos quando as dissemos.
Isso é o pior, creio eu. Quando o segredo fica fechado cá dentro não devido á inexistência de alguém para o ouvir, mas por falta de um ouvinte compreensivo.

Stephen King - Different Seasons - The Body - 1982










RICKY:

It was one of those days when it's
a minute away from snowing and
there's this electricity in the
air, you can almost hear it, right?
And this bag was like, dancing with
me. Like a little kid begging me
to play with it. For fifteen
minutes. And that's the day I knew
there was this entire life behind
things, and ... this incredibly
benevolent force, that wanted me to
know there was no reason to be
afraid. Ever.

Video's a poor excuse. But it
helps me remember... and I need to
remember...

Sometimes there's so much beauty
in the world I feel like I can't
take it, like my heart's going to
cave in."



LESTER:
"I guess I could be pretty pissed
of f about what happened to me...
but it's hard to stay mad, when
there's so much beauty in the
world. Sometimes I feel like I'm
seeing it all at once, and it's too
much, my heart fills up like a
balloon that's about to burst...

And then I remember to relax, and
stop trying to hold on to it, and
then it flows through me like rain
and I can't feel anything but
gratitude for every single moment
of my stupid little life...

You have no idea what I'm talking
about, I'm sure... but don't
worry...

You will someday.


Como sempre, tendo em conta este filme, não consigo fazer qualquer comentário durante mais de uma hora. Fico a pairar...


Tuesday, May 27, 2003

A passagem diante do espelho era sempre uma surpresa. Constatar a benesse da natureza era algo absolutamente desconcertante, cheio de um pavor e exultação que se uniam de forma siamesa numa angústia excitada.
Estava perante o espelho, nua. As gotículas de água quente escorriam na pele lisa como beijos muito leves, e o tom luzidio da pele dava ainda mais saliência ao poder do formato. O corpo aparecia-lhe ao espelho como se desembrulhado de uma qualquer embalagem mítica, uma vez que as curvas e proporções estavam esculpidas de forma irrepetível. O cabelo caía para cima do seu rosto em farripas perfeitamente desenhadas, como se o acaso se houvesse munido de um pente.
O sol pedia licença antes de percorrer o quarto e embater na pele, e a carpete quase não sofria saliência com o peso que encimava os pés perfeitamente desenhados.
E no entanto a dor aparecia. Lenta, imensa e baça, como uma enorme maré de mar insuportavelmente poluído. Não havia forma de explicar, mas estava lá. Era como sentir um tremor aliado a um nervo dentário exposto, que ecoava na cabeça como um sino insistente.
O espelho era caridoso. A mente alternava.
Os papéis em cima da mesa, as fotos espalhadas e a guitarra com o braço partido e as cordas rebentadas como tendões terrivelmente secos. Tudo o que fazia a sala tornar-se ensurdecedora, aliada aos gritos do espelho que anunciava a criação que não lhe pertencia.


Friday, May 23, 2003

Different Seasons
Stephen King
1982

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