<$BlogRSDUrl$>

Monday, June 30, 2003

AHAHAHAHAHAHAHAHAHA ( PAUSA PARA GANHAR FÔLEGO) AHAHAHAHAHHAHAHA

Prémio "Além de estúpido, não vale a pena" do ano.

É engraçado como as pessoas tentam por meios que não se entendem, denegar a natureza humana nos seus elementos mais básicos.

A sério,digam-me lá quais são os reais perigos do sexo pré-marital?
As doenças sexualmente transmissíveis podem contrarir-se depois do casamento. Que eu saiba, no registo civil eles não dão uma vacina contra estas coisas em troca da assinatura. Portanto é só moralidade. Perigos da violação da moralidade atrasada e bacoca...

Tenham paciência...

Provavelmente o César das Neves acha bem, á semelhança de outros ocasionais disparates que diz... É melhor ficar só com bigode... Mais parecido com um Diácono Remédios à séria.


Sinceramente...


By CHRISTINA ALMEIDA in News at Red Nova

LAS VEGAS (AP) -- In a city known more for sin than virtue, a group of virgins from around the country gathered this weekend to send a message: wait until marriage.


It was a clash of the "Good Girls" and the sin-seekers as about 200 teens, parents and youth counselors descended on the Strip to pass out cards promoting abstinence.


"What better place to bring this than Sin City?" said participant Deanna Grimm, 24, of Sioux Falls, S.D. "They need to hear it."


About 750 people traveled to Las Vegas to attend the seventh annual National Abstinence Clearinghouse Conference, which runs through Sunday. Featuring seminars on the history of abstinence and the consequences of premarital sex, the convention's theme is "Beyond the Neon: Creating a Culture of Character."



Convention exhibitors displayed various abstinence items, including "Keep It" underwear depicting a large red stop sign with the message "No Trespassing."




"(Abstinence is) a very important message to spread to teens all over," said Grimm, who works for the Abstinence Clearinghouse. "A lot of kids don't know about the dangers of premarital sex."


The reception was mixed Friday night as the virgin brigade passed out about 5,000 "Good Girl Cards" to mostly female passerbys, many clad in short skirts and low-cut tops. The event was designed to counter dozens of people who routinely hand out color ads for scantily clad entertainers and escorts on the Strip.


"I like being handed these (Good Girl Cards) more than the porn ones they usually hand out," said Corrie Bouma, a 23-year-old teacher's aide from Hawthorne, N.J., who was in town on vacation.


But Clare Rose disagreed with the group's message, saying it should focus more on sex education.


"They're being narrow-minded and naive," said the 21-year-old who was walking by with friends. "People in this day and age are not, not going to have sex."


But the movement has grown in recent years, with more than one million teens and college students registering their virtue with True Love Waits, one of several abstinence campaigns. While True Love Waits is a faith-based organization, the Sioux Falls, S.D.-based Abstinence Clearinghouse is not.


Many supporters cite increases in sexually transmitted diseases as reason enough to wait until marriage. Studies show that in the United States there are about 45 million cases of herpes, 20 million cases of human papillomavirus (HPV) and 900,000 people living with AIDS.


"There's no condom on the face of this earth that can prevent HPV. It's so highly contagious," said Melodi Hawley, a 21-year-old director of a sex and family education office in Denham Springs, La. "And we're not told this. I tell kids, and they say, 'human papa-what?'"


A national study published last week by the conservative Heritage Foundation found that girls who begin sexual activity at age 13 are twice as likely to become infected by a sexually transmitted disease as girls who begin having sex at the age of 21.


The study also found nearly 40 percent of girls who start having sex at ages 13 and 14 will give birth outside of marriage. And they're more than three times as likely to become single mothers.


"The earlier a girl had begun sexual activity, the less likely she was to be happy in her life many, many years later," said Robert Rector, senior research fellow at the Heritage Foundation and a speaker at the convention.


For Luis Galdamez, a 36-year-old abstinence educator from Wildomar, Calif., it was important to stress that anyone can practice abstinence until marriage, even if you're no longer a virgin.


"It doesn't matter who you are, what you believe. It's your body. It's your choice," said Galdamez, who spoke at the event. "You're worth the wait."

Abraços!



Friday, June 27, 2003



Quem ri quando goza

quem ri quando goza
é poesia
até quando é prosa

Alice Ruiz


De repente relembro-me que ( quase?) todas as minhas cartas de amor são rídiculas, e a pouca poesia é pior ainda...

Abraços






Desculpem, mas estou a engasgar-me....
Depois falamos...

Abraços



Hoje pedi a uma amiga que me ajudasse na tarefa de colocar um contador de visitas.
Sinceramente, nem sei bem porquê, mas tenho algumas teorias, que por sua vez se relacionam com o fenómenos dos blogs e a sua capacidade de resistir ao evoluir dos circunstancialismos que o criaram.

Recordando o que disse Pacheco Pereira, tendo em conta toda esta confusão com o caso Pedro Rolo Duarte e relembrando a discussão em torno do "umbiguismo " que caracteriza estas extensões virtuais de quem quer simplesmente dizer algo a alguém, surge-me o conceito mais prosaico de comunicação como resposta pronta a utilizar.
O desejo de comunicar é algo que tem essa capacidade hí­brida de se transmutar consoante a forma como se quer veicular uma presença junto de outra entidade que dela tome consciência.
E assume as mais variadas formas. Eu creio firmemente na tendência gregária do género humano e a sua necessidade absoluta de socialização activa e dialéctica como mecanismo insofismável da sobrevivência mental. Não me parece existir qualquer forma de defesa estanque do eremitismo, seja em que forma de expressão for.
Sempre achei profundamente hipócrita a atitude dos que de alguma forma se mostravam constrangidos em publicitar a sua obra, e mais ainda, quando essa obra tinha sucesso e mérito. Nem sequer se confunde com modéstia, porque essa revela um mecanismo dual de confrontação com o fenómeno, ou seja, há um elemente de prazer pelo feedback e uma genuína humildade perante o imenso universo de coisas que existem e escapam, e a necessária perseguição aos mesmos.
Por isso, o umbiguismo parece-me um falso argumento, pois se há algo que esta espécie de comunidade permite é de alguma forma criar formas de comunicação entre as pessoas, mesmo que as posições sejam absolutamente antagónicas. Se há efectivamente pecados de orgulho e egos aos quais faria bem um certo desinchar, não restam dúvidas, pelo menos no que me diz respeito, que vou colhendo informação valiosa, registos, conhecimentos, e ganhando uma maior amplitude de reservas culturais e argumentários próprios.

Tenho um engulho forte e infelizmente inultrapassável com a arrogância e a crítica fácil e pretenciosa. E como em todo o lado, como em todas as formas de organização social ou equiparáveis, a comunidade dita "bloguista" também tem a sua quota parte. Mas de alguma forma, certas coisas têm de ser levadas a sério somente até um certo ponto, porque de outra forma seria impensável tentar concentrar tantos pensamentos antagónicos perante tantos conceitos fundamentais para cada um de que escreve uma linha que seja. Eu tamb+em nem sempre o consigo fazer, por isso contra mim falo...

Rollo Maydizia que quando todas as outras formas de interacção para realmente chegar até alguém falham, a violência surge como uma espécie de alternativa ultima e eficaz para estabelecer contacto e provocar reacção.
Entendo isto em termos do contexto, penso que por vezes a agressividade aparece como uma forma de,a não conseguir provar-se o ponto de vista, mostrar que ele está lá e não deve ser esquecido.

Como disse acima, Pacheco Pereira relatava, e muito bem, que toda a gente que escreve gosta de ser lida, e que qualquer outra tentativa de explicação ou afastamento desta ideia redunda numa hipocrisia primária. Eu concordo com ele. Aliás, gostava de ser muito mais lido do que sou efectivamente, o que me leva a pensar se a instalação de um contador será realmente uma boa ideia...

A verdade, pelo menos no que me diz respeito, é que por todos os defeitos que possam existir numa psudo comunidade como esta, onde toda a gente escreve para alguém e deseja ser lido, há um elemento positivo e genérico, e que afinal se traduz numa capacidade inequívoca de dar um pouco de cada um num pedaço de algo imaterial e criar meios para melhor nos compreendermos uns aos outros.

Por isso penso que a "Blogolândia", é constituída por mais prós que contras. O PRD que me desculpe e restantes que o acompanhem.

Vou continuar a falar sozinho, mas agora com as mãos no ar. Como de resto tenho feito e assim contribuído para a fama de algum desiquilibrio que me acompanha desde sempre.

Desculpem qualquer coisa.

Abraços






Já Vais Tarde...

Há coisas que o mundo leva tempo a expurgar, mas como dizia o John Wayne ( penso eu - se não disse, devia ter dito), a cavalaria tarda mas não falha...
Este senhor passou para outro estágio. Só espero que a eternidade que o espera seja passada em quatro quarteirões do Bronx...


Abraços



Atenção, tenho um dedo, e está carregado!!!!

Bem, pode considerar-se uma história antiga, ou pelo menos, já anteriormente praticada por outros meliantes possuidores de mente imaginativa, mas poucos recursos para comprar uma arma, mas ainda assim, diverte.
E deve ser um meliante quase mendigo, porque perante a acessibilidade e preço das armas de fogo nos EUA, sinceramente, não se entende...

Abraços


Starbuck...a

Recordam aquelas séries antigas de ficção científica.
Recordam o Batllestar Galactica?
O Apollo e o Starbuck ( que para mim parece qualquer coisa como o Zé das Estrelas) ?
Pois, as modernices dão nisto. Mudaram o sexo aos protagonistas, por isso deve passar a ser a Starbucka ( Maria das Estrelas?)

Abraços


A Madeira é de Facto um Jardim...

Hoje, no Público, aparece relatada aquela que tem sido uma constante palhaçada nacional, e à qual ainda por cima se dá contornos de curiosidade portuguesa, um pouco à guisa de atracção de circo.
Primeiro, os discursos boçais e inflamados, depois a falta de cumprimento das disposições de contenção que todo o país sofre, mas que supostamente não tem aplicações no Oásis Atlântico...
Achei piada ao relatório aprovado com "muitas, muitas reservas...".

É a coerência em vestido de noite.


Abraços




Thursday, June 26, 2003

É na diversidade que encontramos a riqueza.
Mas é a tolerância que lhe dá essa natureza...

Abraços


Wednesday, June 25, 2003

QUANDO O TEMPO MO PERMITIR, SURGIRÁ TEXTO SOBRE O INEXPLICÁVEL PRECONCEITO CULTURAL PERANTE O FANTÁSTICO E A IMAGINAÇÃO....










Abraços

A LÓGICA DO TABEFE OPORTUNO... OU NÃO?

Blair rejects law to ban smacking

Campaigners hope backbench bill will close 'abuser's loophole'

Sarah Hall, political correspondent
Wednesday June 25, 2003
The Guardian

A bill to ban parents from smacking their children could still be introduced as a backbench measure later this year, despite the prime minister rejecting two calls yesterday to introduce legislation.

David Hinchliffe, the chair of the health select committee, is to meet Margaret Hodge, the new minister for children, next week to press for support for a private members' bill that would allow MPs a free vote on an issue the government is reluctant to touch for fear of being seen as a nanny state.

Yesterday the prime minister's spokesman insisted that smacking was "a matter of individual choice for parents" and that criminalising parents was not the answer.

"The government believes that most parents accept and understand that there is a clear and fundamental difference between discipline and abuse and know where the line lies between them," he said.

But Mr Hinchliffe, a former social worker, is optimistic that the government would allow time for a bill for which there is widespread pressure if it were brought independently.

"The minister's office were on the phone to me this morning to set up an urgent meeting. I am hopeful that with some dialogue we can take this further.

"I am convinced that, with a bit of information on this issue, a lot of MPs will support this bill on a free vote," he said.

He admitted that the bill would be controversial, but pointed out that an equally contentious idea, to allow unmarried couples, including gay couples, to adopt children, became law after being introduced by him as a backbench amendment last year. Mrs Hodge's support - crucial if the bill is given allowed time - would depend on the precise details.

Pressure for a backbench bill followed the publication yesterday of reports into smacking by the Commons health select committee and the human rights committee, made up of MPs and peers.

Both called for the "reasonable chastisement" defence, under which prosecuted parents and carers can argue that smacking is a viable means of disciplining children, to be scrapped.

They urged the government to use a green paper on child protection due next month to remove this "increasingly anomalous" defence.

The health committee, which examined institutional failures which led to the death of eight-year-old Victoria Climbi¿, found that the "reasonable chastisement" could escalate into abuse.

The human rights committee warned that the defence in section 1(7) of the Children and Persons Act 1933 was incompatible with the UN convention on the rights of the child.

"Physical assault on children should continue to be seen as being in almost all circumstances a disproportionate and futile violation of children's rights," it stressed.

Mr Hinchliffe said: "In my personal experience in dealing with child protection cases, we lost cases where children were injured. Undoubtedly children die as a consequence of this gap in the law."

The government, which recently outlawed smacking by childminders, would prefer to curb smacking by educating parents. It believes a law would be unenforceable.

Last night Mrs Hodge said: "Both these reports have raised some serious issues. But we would have to have a culture of CCTV cameras in every home with a child. It's a nonsense."

The government would also come under pressure from opposition MPs. The Tory health spokesman, Liam Fox, said: "Outlawing smacking would be an outrageous intrusion by the state into parents' legitimate rights and duties."

But a Mori survey of 100 MPs for the children's charity the NSPCC suggested that if MPs were given a free vote the bill would get through parliament.

Protecting children

States where children are protected from all corporal punishment:

Sweden 1979 "Children ... may not be subjected to corporal punishment or any other humiliating treatment"

Finland 1983 "A child shall ... not be corporally punished or otherwise humiliated"

Norway 1987 Declaration that "the child shall not be exposed to physical violence"

Denmark 1997 Law clarified: "a child may not be subjected to corporal punishment or other degrading treatment"

Austria 1989 "Violence and inflicting physical or mental suffering is unlawful"

Cyprus 1994 Law to prevent "violence ... against another member of the family"

Italy 1996 The supreme court: "The use of violence for educational purposes can no longer be considered lawful"

Latvia 1998 Law on children's rights prevents corporal punishment

Croatia 1999 A law prohibits punishment and humiliation

Germany 2000 "Corporal punishment, psychological injuries and other humiliating measures are prohibited"

Israel 2000 The supreme court banned all parental corporal punishment

Iceland 2003 "It is the parents' obligation to protect their child against any physical or mental violence"



Bem, segundo parece, o Blair não acha lá muita graça a uma lei que ponha em causa a possibilidade dos pais aplicarem correctivos corporais aos seus filhos.
Ou seja, a agressão correctiva deve ou não ser possível?
Em termos abstractos, de princípio, parece-me inequívoco que a defesa da integridade física do ser humano aparece com principio inamovível. Até porque, e como salienta o artigo, existem falhas de interpretação na aplicação ( ou na falta dela) da lei que podem conduzir a situações muito complicadas.
Mas a educação não abrirá espaço para a palmada estratégica?

Sinceramente não sei, e aqui digo sinceramente que no plano dos principios, a lógica aponta para um controlo das situações de exercício de violência física, através de uma lei que defina de forma minuciosa e previdente, quais os requisitos que diferenciam a palmada estratégica da cumplicidade legislativa para a violência familiar.

Há aqui uma situação que, no entanto, me parece inequívoca.
É que por muito que seja impossível de estatuir, a não ser na via pública, uma norma com este alcance cria um principio de não violência que me parece realmente mais positivo do que argumentar que tal estatuição interfere nos mecanismos educativos e autonomia de funcionamento da célula familiar.
Mas poderá realmente abolir-se a palmada no rabo estratégica? Talvez não.

Mais opiniões para me ajudar nesta indecisão?

Abraços!



Actividades Extracurriculares...


Um pastor com uma noção muito peculiar de segundo emprego ou da velha frase, " vou dar uma(s) voltas hoje à noite....

Abraços!


Job Interviews From Hell...

A pergunta que eu me coloco é sempre a mesma...
Porque é que isto me parecem as orais de Filosofia do Direito do Soares Martinez?

Abraços!


Tuesday, June 24, 2003


Mais uma vez, á Babe.


"Não desconheço o facto de que todas as ideias acerca do amor foram já expressas de uma ou outra forma. Quando Shakespeare pegou no Romeu e Julieta, o tema já não era novo. Aliás, talvez desde os gregos e suas rebaldarias míticas ou terrestres que o temanão é novo. E no entanto a história de Montéquios e Capuletos parece, pelo menos a mim, sempre fantástica por todos os elementos que envolve. Elementos esses que julgo que cada um já terá visto em qualquer história dita de amor que tenha presenciado ou vivdo.

O amor parece-me uma complexidade camuflada. Se está morto, sofre apenas de latência, se vive, sofre pela injecção de paixão que oculta um receio de morte ou acalmia. E penso que nessa lógica ( ou segundo alguns na falta dela) está definida a sua diferença. O amor sofre as vicissitudes da noção de caminho, de progressão. O é um agente duplo, pois compadece-se com ambas tendências que lhe são aplicadas, ou seja, fica bem quedo mas asfixia pela falta de movimento. No Amor quer-se sempre chegar a qualquer lado, mas simultaneamente surge uma tristeza pequenina por cada instante que ficou para trás, cada segundo irrepetível que faz crescer a cumplicidade mas mata a novidade.

O amor não se compadece com pilotos automáticos. Dá trabalho, testa a resistência aos estados estéticos e digladia-se com a curiosidade.
Mas paradoxal e simultaneamente, produz calor, como uma qualquer estrela sem firmamento. Acirra o complexo erótico ao ponto da insuportabilidade estática. Dá uma dimensão inusitada aos contornos da pele e sabores do corpo. Molda os comportamentos até estupidificar o discurso. Isto acontece quando a intensidade faz pouco caso da elegância dos trejeitos, e curiosamente, é talvez a única altura em que a trapalhice dá um certo gozo.

O amor tem tantos formatos e lógicas como destinatários, embora possa parecer pouco ou nada original. Fala-se sempre dele, seja em que tom for, como uma espécie de elemento constantemente observável. TEr a percepção do Amor é como a percepção da gravidade. Temos quase sempre os pés no chão, embora nos esqueçamos constantemente disso, num automatismo absolutamente fundamental para o que se designa como vida.
Sei apenas que embora a vida seja possível sem ele, torna-se uma jornada estranhamente incolor, porque se deixa de incluir uma das maiores perplexidades de todas, daquelas que tarde ou nunca se esclarecem.
E ainda bem. "


Abraços!







Monday, June 23, 2003



"A sala de espera do hospital São Francisco Xavier é um paralelepípedo com paredes e chão castanhos, com alguns sofás no centro e ligação às escadas e elevadores que conduzem ao corpo do hospital. Estas saídas estão normalmente guardadas por dois seguranças, de ar cansado, mas normalmente muito conscientes do seu dever e dotados de alguma prestabilidade
No entanto, todo o ambiente é opressivo. As pessoas amontoam-se, o ar escasseia e a impaciência cresce até tornar-se quase sólida. As pessoas aguardam. Algumas em antecipação feliz, talvez por causa de um nascimento de um novo membro da família, e outras em desespero calmo e cortante, esperando uma notícia de vida ou morte, de recuperação ou enfermidade eterna.
Xavier não estava em nenhum destes dois grupos. Aguardava a hora da visita ao avô, que fora recentemente internado e que lutava, aos noventa e nove anos, contra a enfermidade que ,inevitavelmente, seria a ultima.
Xavier tinha uma relação extremamente incomum com o avô.
Este era um resistente, sempre demasiado optimista e moderno para a geração em que vivera, e as outras cuja sua vida atravessara. Casado três vezes, encontrara a musa aos trinta e oito anos, e em torno dela construíra o seu mundo, apesar de toda a inquietude que nunca o largava. Que nunca o largaria.
Por tudo isto, Xavier comunicava com um homem de várias gerações etárias anteriores à sua, com a capacidade de entender cada passo, cada momento e cada reflexo de opinião. Era complicado ser cúmplice e verdadeiro amigo de um homem muito mais velho que o pai. Para a generalidade das pessoas, era estranho ver alguém falar de um avô daquela maneira, e confessar abertamente o facto de recorrer a este quando as coisas apertavam, ou quando necessitava de alguém que o ouvisse falar. Os colegas de escola ou faculdade, tinham algumas dificuldades em encontrar uma naturalidade nesta atitude, mas um facto indiscutível, era aquele que representava o avô de Xavier como um seu amigo, talvez "o" amigo.
Xavier herdara dele o agnosticismo, o desejo intenso de ler e descobrir, e uma avidez pelas outras pessoas que nunca cessava. Gostaria de conseguir escrever como o avô, mas era um passo que ainda não conseguira dar. António Castro Lobo (era assim que insistia em ser tratado, para que o nome da mãe também figurasse na designação) fora um escritor auto-didacta. De poesia a prosa, de policiais a romances de cariz filosófico, fora um homem cuja estabilidade profissional e financeira lhe permitira investigar e proferir muitas opiniões.
Quanto à leitura, seguia passo a passo as recomendações. Sem discussões de bom ou mau. Só quantidade e diversidade de assuntos. E algumas predilecções, obviamente.
No caso das pessoas, a sua avidez preparava-se para ser substituída por uma descrença algo amarga, pois o propalador da doutrina estava prestes a ter de deixá-la como herança, e não mais exercê-la como prática.
As modificações do estado de espírito eram já uma realidade. Um pensamento singular, de solidão, percorreu-o como um viscoso e percuciente. Tornou-se amargo e como seria de esperar, começou a doer. Muito mais do que ele sempre imaginara, mas convencera-se de que a realidade nestas coisas seria sempre assim. Tinha a mensagem de optimismo que lhe ribombava em ecos na cabeça, e que mais tarde entenderia ter sido a ferramenta para que não mergulhasse num total desinteresse por outras pessoas.
E com ela seguiu para o quarto do avô, assim que lhe foi permitido entrar no edifício do hospital. O segurança assentiu com a cabeça no sentido de o deixar prosseguir.
A mesma ideia acompanhou-o até à porta do quarto do hospital, até ao momento em que olhou para o avô, um homem imponente aos cem anos, com cabelo e barba completamente grisalhos e uma robustez invulgar, mas com a inevitabilidade espelhada nos olhos. Ele sabia, e foi nesse momento, em que a percepção passou a ser um homem para se partilhar por dois, que o optimismo morreu. Voltava frequentemente, durante o resto da vida, mas débil, etéreo. Era o fantasma do conceito, que servia como inspiração de modo de vida. Talvez a musa mais esquisita de que ele alguma vez ouvira falar.
Sentou-se ao pé do avô, que o reconheceu imediatamente dando-lhe um sorriso iluminado. Estendeu a mão e agarrou a do neto, apertando-a com a solicitude trazida pelas saudades sincera.
O aperto de Xavier tornava-se mais doloroso.
A percepção que tinha daquilo que o avô aceitava trazia um gosto desagradável a Xavier. A aceitação incomodava-o porque soava a rendição. Mesmo quando esta era incondicional, a ausência de saídas não lhe conferia a capacidade de aceitá-lo como uma naturalidade.
Sentado junto à cama de hospital, tinha duas horas para conversar.
O homem mais velho começou a falar. A voz saia algo hesitante, e o tom grave que sempre a caracterizara era ainda mais pronunciado. Falava com alguma dificuldade, tal era a necessidade de levar ar aos pulmões, mas o discurso era contínuo, coerente e sincero. Parecia alguém que escrevia uma carta longa, reproduzindo-a em voz alta.
" Sabes, eu podia muito bem começar com uma conversa de chacha, e dizer-te que me sinto melhor e que sairei daqui o quanto antes. E como não sou médico, tinha apenas cinquenta por cento de hipóteses de me enganar.
Mas não o vou fazer.
Não te vou poupar, porque não posso, e nem acho justo que o faça. Devo soar-te como uma criança mimada, cheia de medo e sem aquela capacidade que a idade traz de aceitar o inevitável. Uma conversa muito pouco solene. Uma merda de conclusão, mas é esta que tenho para dar.
Sabes, acho que a pior ou melhor coisa com que fiquei, resume-se a uma dúvida. Tenho demasiado medo para ser modesto, e como tal sei que escrevi algumas coisas boas, que ajudei algumas pessoas, que fiz algumas coisas de que pelo menos alguém se há-de recordar. O cabotinismo não me assusta. Talvez porque esteja cansado. Sou um homem velho cheio de medo e de perguntas.
Mas aquela que persiste na minha cabeça, é uma que sinceramente tu já te deves ter feito, e eu gostava de não a fazer agora.
A incerteza, as perguntas acerca de coisas que não são palpáveis, são sempre as mais difíceis. Pensei que, ao chegar a esta idade, teria alguma iluminação, algumas respostas.
Mas o que me restam, são perguntas, dúvidas e questões, acerca do que vale ou não a pena. Achava que por esta altura, não podia perguntar, e desculpa este velhote se aquilo que ele te diz parece demasiado plangente ou se se afunda tanto na auto piedade que te deve fazer impressão.
Mas tenho medo. E espero sinceramente que as coisas de que te recordes de mim não se resumam a esta conversa.
Desde que a tua avó morreu, que me sinto sozinho. Tenho feito por estar com outras pessoas, tenho bebido um copito de whisky com um ou outro compadre, mas à excepção de ti, não tenho rigorosamente mais ninguém com quem possa conversar. E um homem, quando chega aqui, acho que sente a necessidade de ser ouvido, citado, sei lá, de se sentir como uma referência. Pois ter vivido até aqui cansa, filho, e tu não imaginas o quanto."
Xavier ouvia isto e sentia algo semelhante a uma traição. A vida de António Castro Lobo tinha sido cheia e rica em coisas boas e más. Mas o seu neto sentia a gora que a boa disposição e solicitude daquele talvez fossem uma forma de resistência, um método para tentar adiar um medo enorme e devorante que acabava agora por o consumir.
Xavier sabia que o avô fora sempre de alguma forma mal recompensado. As pessoas que ajudara, as coisas que fizera, nunca lhe haviam rendido nada de material, e poucos eram aqueles que o sabiam reconhecer. Enquanto força activa, era o homem a quem se pedia coisas, materiais ou em formas dispersas e variadas de apoio. Hoje em dia, era apenas estimado por alguns amigos escritores em um editor jovem que olhava para ele com os mesmos olhos do neto.
Percebia claramente que aquilo que tanto entristecia o homem que tanto amava, era o facto de este não se sentir recompensado, de pensar que muito ficou por fazer, e que o passar do tempo teria de o pôr de lado. Que a sua vida não seria longa o suficiente para ver as pessoas a aperceberem-se da necessidade de alguma razoabilidade e afeição no trato com os outros.
E com este pensamento, continuou a ouvir o avô:
"Sabes o que é que me chateia mais?
Acho que é a maneira como as pessoas tornam tudo relativo. Sei que devo parecer um velho jarreta com esta conversa, mas não sei o que é que as pessoas querem. O que é certo ou não, muda constantemente, e de alguma forma, tenho-me visto aflito para acompanhar o que se passa.
Mas até aí, acho que toda a gente, não é?
Não sei o que te diga. Mas sinto-me como o Bob Dylan, sabes?
Xavier teve de sorrir.
Sei que já te devo estar a aborrecer com esta conversa, mas tinha tanta vontade de falar contigo. Gostava de te estar a confessar outro tipo de coisas, mas são apenas estas que tenho por agora.
É uma coisa terrível viver com medo.
De que esta altura pudesse alguma vez chegar.
Em que duvido do que pensava nunca vir a duvidar.
Espero muito sinceramente que não te desiludas.
É difícil, muito mais do que possas pensar, dizer ou fazer alguma coisa que conte. É necessário persistir, nunca deixar de ver aquela essencialidade que é sempre nossa, que nunca nos deixa, mesmo quando pensamos que nos vimos livres dela. É um erro. Crasso.
Sou apenas uma pessoa com uma opinião. Não tenho a capacidade nem a pretensão, ainda bem que a velhice não me deu para isso . . ."
Parou e sorriu. Xavier estava a começar a sentir-se alquebrado. Os olhos ardiam. Era tudo muito mais difícil do que imaginava. Era sempre, pensou para si mesmo.
"Bem, dizia eu . . ? ah, sim! Pois, dizia que não tenho nem a capacidade nem a mania de que lá por ser um ancião de que tenho a verdade atingida agora, no fim da vida. Mas tenho algumas pistas acerca do que eu acho importa a uma grande maioria. E serei um velho tramado se puder conceder tudo.
Afinal, talvez não esteja tão triste, nem sequer tão desiludido.
Sei lá. . ."
A partir daqui, da face do avô de Xavier transformou-se, ou melhor dizendo, voltou ao que lhe era reconhecidamente habitual. Todo o rosto acompanhou o retorno de uma disposição encantadora e uma energia positiva constante. Dir-se-ia que a conversa anterior nunca existira, por ser tão incaracterística daquele homem.
Mas Xavier ouvira tudo, e por mais que quisesse, não seria capaz de o esquecer, ainda que tal fosse talvez o melhor a fazer.
Falaram durante bastante tempo, durante o restante das duas horas que tinham à disposição. Abordaram tudo o que era possível, e Xavier sentiu claramente que agia como alguém que retira as ultimas informações de um qualquer livro que a todo o momento se poderia desfazer em pó.
O tempo passou a correr, e as horas reduziram-se a imaginários e escassos minutos, e ele sentiu que havia uma espécie dura e inequívoca de despedida em todo este cenário.
Os olhos do avô estavam lúcidos, alegres, mas o cansaço era tão visível como um cão negro numa planície de neve. Sentiu-se incapaz de fazer o que quer que fosse, o que seria necessário para dar paz ou razão ao que lhe dissera o pai do seu pai.
E no entanto, o homem mais velho sabia. Lera essa ansiedade nos olhos do neto, a forma como este entendia o que se passava com ele, e fora isso que lhe trouxera o sorriso. António Castro Lobo vestira o casaco invisível, aquele que o protegera durante toda a vida, mesmo quando todas as pessoas considerariam normal que uma pessoa pudesse ter o seu ponto de ruptura.
Deitado na cama, alquebrado, cansado e ainda incerto acerca de um possível medo ou alívio pela proximidade da morte, aparentava um homem feliz, sem uma única preocupação no mundo.
Xavier amava tanto este homem, que com a sensação de despedida, este permitia que algo mais fosse desaparecendo. Devagar, pé ante pé, mas inexorável.
Quando as duas horas acabaram, e após o terrível momento de despedida, Xavier e o avô acabariam por ficar na posse de duas coisas muito diferentes.
O primeiro, saíra avisado e triste, separado da ideia de uma salvação qualquer que aquele homem que tanto amava sempre lhe trouxera, sem esforço ou grande aparato.
O segundo, se não estava a salvo, pelo menos sentia-se como tal. Olhara para a face do neto e via aquela espécie de afeição incondicional que a tudo resiste. Daquela que não necessita de grandes espectáculos nem grandes tiradas para ser mais resistente que todas as outras. Daquela espécie rara que acabava com uma forma muito peculiar de solidão, aquela que aparece em todos os momentos em que ele se sentia exterior a qualquer outra coisa no seu mundo.
Aquelas duas pessoas estavam ligadas entre si, mais do que seria possível imaginar. Era a empatia no estado quase total. Uma teimosia resistente, em que duas pessoas contavam consigo próprias para se salvarem mutuamente. Para poder escapar e de alguma forma passar incólumes por uma fileira de bocas e dentes humanos que nunca os conseguira mastigar ou tragar.
De alguma forma, eram uns felizardos absolutos.
Mas fora isso que esta conversa lhe roubara, e paradoxalmente, fortalecera definitivamente.
Era essa a medida da traição que ambos sentiam. A traição de algo que lhes era exterior, que alheio a todo o esforço mútuo, lhe oferecia um não próprio de um pai rigoroso que não está muito inclinado a explicar o motivo da sua recusa.
Era a naturalidade das coisas que os atraiçoava.
Era isso que António Castro Lobo fora, naquela conversa, capaz de desculpar, ao contrário do Xavier.
Para o avô, afinal, talvez tudo valesse a pena.
O neto teria ainda de o descobrir, sem desconfiar que fora o veículo dessa mesma conclusão para a pessoa que mais amava no mundo.
Era essa a medida da tarefa de Xavier.
E a pessoa que melhor o poderia guiar, fora-lhe negada.
Era por isso que se sentia traído, embora sem saber muito bem porquê ou como.

Dali em diante, o declínio foi tão rápido como brutal.
O avô de Xavier viria a sofrer uma trombose que lhe roubaria a lucidez apenas duas semanas depois daquela conversa. A parte esquerda do corpo ficara paralisada, e a sua mente enevoara-se para além da recuperação. A morte aproximava-se, mas lenta e de percurso doloroso, embora ele não conseguisse aperceber-se exactamente do teor daquilo que lhe acontecia.
Xavier cortou aí a ultima tira de um fio entrançado que o ligara desde sempre ao que considerava o esforço consciente para se manter crente em naquilo que ele pensava ser o optimismo superior. Este fora reduzido a um nível básico, e de alguma forma, era difícil viver com as crenças viradas do avesso, e tão frágeis como acabariam por ficar.
Não era uma rendição a uma forma de apatia, mas ela lá surgia, de tempos a tempos, e talvez aquilo que mais tenha custado a Xavier, não tenha sido o amargor que ficaria muito tempo com ele. Por ele nem sequer se tornara acerbo com os outros. Talvez até fosse melhor, considerando a porta imensa que fora forçado a abrir.
Xavier esperava muito simplesmente tudo de toda a gente. Era como uma aceitação natural indiferenciada, como se nada nele pudesse ser resguardado, como se os seus ódios, assim como amores, totais ou quinhoeiros de momentos da sua vida, passassem indiferenciados, regados a frieza irónica, mas nunca com emoções fervorosas.
Desde aquela conversa, nunca mais falara com o avô.
A imagem com que ficaria para sempre, era a de um único lamento de um homem, que esperara mais de oitenta anos da sua vida adulta para poder dizer um ai. Uma simples queixa. Do sorriso que sobreviera entretanto, e da incapacidade dele próprio em aceitar inevitáveis.
António Castro Lobo morreria apenas um mês depois, quando os coágulos no sangue resolveram impedir toda a passagem ao fio da vida.
Xavier isolou-se durante algum tempo, em silêncio permanente, dia após dia, e recusou-se a ir ao funeral. As conversas da família escandalizada por tal atitude, principalmente de quem não o via por mais de dez minutos por ano, passaram-lhe completamente ao lado. Em circunstâncias normais iria nem que fosse para lhes calar a boca, e poupar os pais ao rosário de perguntas. Mas não aqui, não neste caso, nunca com esta importância.
Os dias passaram lentamente, sempre com as mesmas cores e feitios das coisas, algo embrulhados num atrofiamento do som, como se tudo estivesse mergulhado num sono difícil de espantar para longe. Xavier era incapaz de reagir contra a onda de solidão que o abraçara, pelo que lhe retribuiu o abraço e resolveu jogar o jogo. E ia vencendo, apesar do desgaste.
Como Hamlet em relação a seu pai, ou Lear com Cordélia, Xavier sentira-se profundamente traído e desiludido. Era como se não tivesse pedido muito, e até esse pouco tivesse de ser uma prova qualquer para manter a seriedade quanto à intenção de viver a vida. De a suportar, de aceitar todo o peso nos ossos e entender todas as dores de uma só vida, que bebia tão avidamente noutra.
Os dias passaram.
E nada mudava.
O retorno era impossível. Era um sebastianismo cruel da mente, mas que teimava em permanecer alheio a todas as tentativas de erradicação.
Era como dizer a uma criança que alguém iniciara uma viagem muito longa, sem certezas a quando do retorno. A rejeição do real comia-o vivo, assim como a culpa oriunda daquele sonambulismo mental auto induzido.
Xavier sabia que não poderia arriscar-se a querer as coisas assim.
Mas sabia que não podia sentir-se de outra maneira. Pelo menos durante o tempo em que aquela imagem, aquela conversa de um homem que poderia ser um qualquer deus, mas que se achava perdido como os homens, ecoasse na sua cabeça.
Xavier viva assim.
Sem medo e sem surpresas.
Sem arrebatamentos. Cheio do culto do feio e necessário.
Mas por mais que o desejasse, e não o desejava, seria incapaz de o fazer totalmente. A praticabilidade de todos esses novos reflexos era tão natural que talvez o tivesse assustado noutros tempos. Noutros, que não estes. Havia uma consciência do crescimento da perda de uma segunda camada de inocência ou ingenuidade claramente cega à realidade de certas coisas. Mas não de outras. E eram essas que não arredavam pé da consciência dele. Ele não o lograria, mesmo que o tentasse.
Porque se o conseguisse, esqueceria facilmente.
E essa oportunidade não teria, com esforço volitivo ou confiando simplesmente no acaso das coisas.
Era o objectivo abandonado, mas que ainda e sempre o comandaria.
Nem que fosse para conseguir colocá-lo em causa.
Uma perseguição invertida, ou qualquer que se assemelhasse. Era pelos menos assim que a definia para si mesmo.
Xavier continuou a viver a sua vida, prosseguindo no curso, e regulando ao máximo a sua relação com as pessoas.
A todos os níveis.
Porque por vezes, o simples facto de conseguirmos ser para outros, aquilo que nunca ninguém consegue ser para nós, é aleatório, e depende de uma cegueira selectiva, em busca de objectivos que por vezes, nem bem sabemos quais são. E não seria a primeira vez que alguém tentaria chegar até outrem, sem saber muito bem o que deseja exactamente dessas outras pessoas. Um gosto indefinido pela proximidade dos outros, cambaleando entre três variáveis, talvez até bastante comuns para todas as pessoas. Um amor que não conseguia evitar, uma vontade imensa de os estrangular e uma constante e ineficaz preparação para a decepção.
Xavier sabia-o, e assim encaixava o que não conhecia assim tão bem.
Ou talvez se limitasse a esperar. "



De um projecto de livro.

Abraços








"Andy Dufresne, who crawled through
a river of shit and came out clean
on the other side. Andy Dufresne,
headed for the Pacific.

Sometimes it makes me sad, though,
Andy being gone. I have to remind
myself that some birds aren't meant
to be caged, that's all. Their
feathers are just too bright...

...and when they fly away, the part
of you that knows it was a sin to
lock them up does rejoice...but still,
the place you live is that much more
drab and empty that they're gone.
I guess I just miss my friend. "

Shawshank Redemption - Frank Darambondt Realizador
cena interpretada por Morgan Freeman











A Mulher é , para mim, uma fonte inesgotável de pensamento, irritação, fascínio, curiosidade. Por isso criei este post, ao qual voltarei em tempos futuros. Porque acho que nunca terei dito tudo o que posso sobre ela.

É uma homenagem trapalhona mas que é pelo menos sentida.
Se entenderem alguma coisa como generalização gratuita, peço desde já desculpa, dizendo também que se tratam de ideias e conclusões com base numa experiência e percurso pessoal junto das mulheres, a saber, o meu.

Apetece-me falar um bocadinho dessa eterna tensão entre os dois sexos, que até hoje ainda andam a ver exactamente o que pretendem um do outro.
Começando por termos mais práticos, a igualdade que deve ser defendida mais veementemente é a de vertente jurídica, ou seja, a que concede direitos, oportunidades e legitimidade para todas as coisas do mundo humano.
Mas quando se entra no relacionamento interpessoal, no domínio da abordagem do "eu" perante o mundo, as diferenças são mais que um objecto de estudo, uma evidência.
Somos iguais em muitas coisas, como somos diferentes.
Presumir certas igualdades será um exercício optimista pelo desejo de compreensão, mas talvez complicado devido ao plano de diversidade da natureza. porque realmente acho que a Natureza tem um plano. Não estivéssemos nós tão empenhados em dar cabo dele, e talvez víssemos a sua concluão, mas adiante...

E porquê?
Bem, a começar pela forma como a natureza desejou ordenar as coisas, ou seja, pela construção dos sexos, dos corpos e a função que desempenham nesse eterno jogo de suposições que é o relacionamento homem mulher.
Segundo as leis da natureza não racional, ou seja, dos animais ditos não racionais ( atenção que isto do não racional tem o que se lhe diga, mas para facilitar a discussão fiquemos por aqui) a beleza, a cor, aquilo que chama a atenção ficou por conta dos machos. São eles que detém as jubas, as penas coloridas, os cantos mais altos, as danças mais vigorosas. No fundo, os mecanismos de atracção dita evidente ficaram por conta dos machos na sua feroz luta por chamar a atenção.
Mas alguém resolveu pregar uma partida ao género humano, e baralhou as cartas todas.
À mulher foi concedida a beleza. A capacidade de exteriorizar um prolongamento do seu género que origina um fenómeno imediato de contemplação. Há algo na beleza, no simples facto de se tornar presente a presença feminina que desafia todas as subtilezas masculinas.
A pele lisa, os cabelos compridos, as curvas subtis, ao arranjo mágico do rosto, os trejeitos sensuais do corpo? tudo foi dado à mulher, ainda por cima numa lógica de (aparente) controlo do jogo da atracção.
Parece tudo menos justo!
A natureza pode ser sábia, mas nem por isso aparenta ser justa nesta situação em particular.
Face a tudo isto sempre achei a mulher um ser fascinante. Não só pelo seu carisma sexual, pela força da sua essência sensível, mas também pelas suas contradições, pelas suas fraquezas, pela sua tendência feroz para a territorialidade.
Quanto mais vou andando, mais percebo que menos sei, e que a melhor forma de se comunicar com o espírito feminino é desdramatizando a sua suposta complexidade, simplificando os conceitos, e realmente ouvindo o que ela pode ter a dizer. É ficar quieto, ouvir mais do que falar, mas ser firme.
A nossa suposta fraqueza hormonal é um mito. Porque ela é em si também um acto de vontade. É por isso que é tão engraçado estudar as mulheres. Especialmente para alguém como eu que nada sabe sobre elas, mas que tende sempre a querer descobrir.

O universo sexual feminino é um poço de originalidades e idiossincrasias. Tudo parece diferente de pessoa para pessoa, e não existem limites para os universos de interpretação social.
Mas digo desde já que discordo da ideia tão propalada da tendência recatada e monogâmica da mulher. Pode ser um elemento cultural, incutido profundamente, mas julgo que não radica em noções de inatismo. Este é um universo no qual penso que o corpo feminino grita tão alto como o masculino.
A natureza dá-nos a pista inicial.
A mulher tem mais 43 pontos erógenos, se não me falha a memória, e possui um órgão cuja utilidade é única e exclusivamente o prazer.
O facto de ter tantos pontos erógenos leva a duas conclusões. A primeira, que quase toda a mulher é em si um ponto erógeno, sendo que a pele pode ser veículo quase total para a ideia de toque e excitação. E a segunda é que talvez assim se explique a razão pela qual o toque é muito mais poderoso na mulher que a estimulação visual. Penso que se os homens se atrevessem a tocar mais, as coisas seriam diferentes. Mas a sociedade ordena-se por esses mecanismos de prudência, e de uma certa forma, é o que mantém uma certa ordem.
Já quanto ao famoso órgão, denominado por clítoris, ou "clit" nas designações "anglo-urbano-modernas", tem mais de oito mil fibras nervosas numa superfície externa de dois centímetros. Se considerarmos que o pénis tem 3 mil, a conclusão tira-se por si mesma.
Ou seja, o corpo da mulher foi construído para o prazer. Dela mesma, não do homem, reafirme-se já. A sensualidade que a mulher é capaz, endeusando-se, é um mistério. É uma extensão fantástica desta bomba de potencial sexuado, onde as imagens criadas emanam de uma capacidade para a recepção do toque. Talvez seja por isso que as mulheres seja curvas, sejam suavidade. Porque elas são toque, e para si mesmas, este é o rei do contacto com o exterior.

Ao contrário do que dizem alguns sectores mais prudentes, especialmente deste ressurgimento do dito neoconservadorismo, não julgo que haja, ou deva haver qualquer distinção na atitude perante a glória do corpo entre homens e mulheres.
Durante séculos existiu uma repressão das manifestações da libido feminina precisamente por receio da superioridade sexual. Os próprios instrumentos de tortura tinham um pendor de destruição dessa mesma superioridade. Como demonstração de que a força bruta teria sempre a ultima palavra, em todas as formas de subjugação conhecidas.
Sem surpresa, o género humano tende a destruir o que não entende por preguiça e comodismo mental. Depois do medo, claro.

Como havia dito, penso que a iniciativa na mulher não fica mal, ou não dá qualquer imagem de baixeza. Porque aquilo que é feito de forma gratuita fica mal a ambos os sexos, ao contrário do que se propalava há uns tempos. O conceito da mulher fácil é apenas uma espécie de muleta psicológica para explicar uma timidez mal aliada a um desejo de intimidação e domínio da caça. Qual é o tipo de arma ao ombro que quer andar a fugir dos coelhos? Tenho amigos que olham para a mulher como algo esquivo, que deve fugir para provar a sua qualidade. Eu, com o devido respeito, acho isso uma idiotice.

O grande problema é a falta de cedência de parte a parte. Ou seja, os hábitos e territórios separados por uma espécie de código de automatismos, e a desconsideração do que são os rituais alheios.
Há toda uma enorme série de códigos, signos e significados que atraem os dois sexos ao mesmo tempo que pressupunham clivagens. Porque penso que há um grande desejo de entender, de perceber, de interiorizar, ainda que seja pela pior razão do mundo, ou seja, o exercício de controlo.
A única coisa que digo é que se a mulher domina claramente o universo da sensualidade e sedução, então pergunta-se o que sobrou para os homens?
Sobram os milhões de páginas de poesia, literatura, de partituras, de telas, de objectos transformados.
Sobram os cantos de inspiração, as modificações do discurso, as mentiras encantadoras, as verdades rendidas. Sobram os passos no encalço do mistério. Sobramos nós, a tentação, a cobiça e um fascínio por vezes ressentido.

As hormonas podem explicar muita coisa. E explicam. Assim como o juízo estético. Por muito doloroso que seja, a beleza traz uma facilidade à imaginação. Um par de olhos ou uma curva perfeita da mama enche a taça da criação do olhar e engenho masculino. Era pelo menos isso que dizia Vinicius de Moraes e eu tendo a concordar com ele.

Mas o universo feminino, naquilo que tem de exasperante e por vezes aparente e gratuitamente complexo, tem uma outra face de riqueza e multifacetação que surpreende porque à medida que vamos crescendo e visualizando, menos vamos entendendo. E é a atitude que desarma, a vivência expressa em trejeitos que empresta à beleza um senso de fundamental mas simultaneamente apenas parte de um todo.

É uma crença que tenho, sinceramente, o que talvez explique muito do que não entendo, e ainda mais a falta de um senso de sedução eficaz.
Mas ainda assim, vale a pena ir aprendendo, penso eu.
ou pela lógica a mim aplicada, ir sabendo cada vez menos.

Desculpem qualquer coisa.

Um beijo a todas as mulheres.

Abraços!













Tenho algumas dificuldades em escrever alguma coisa acerca deste filme, porque ainda não o digeri completamente. Fabuloso, excelente e sobretudo, original sem cair num expressionismo incompreensível ou numa linguagem de simbolismos fechados e que se tornam eles sim um Oroboro.

Nicholas(s) CAge (s) é assobroso, Maryl Streep está ao seu nível de sempre, e deixem-me tirar o chapéu a Chris Cooper e a falta dos seus dentes da frente.Óscar muito bem atribuido, embora ele já estivesse excelente em muitos outros papéis, do qual destaco, como não podeia deixar de ser, o coronel gay de American Beauty. Realizado com mão fime mas plenamente entregue á história dos personagens, faz com a história flua sem se dar por ela, e sobretudo dando o ênfase necessário aos instante de reflexão e impacto emocional do filme, que tocam e colocam a massa cinzenta aos pulos. Já para não dizer o músculo peitoral interno. :)
As críticas ao final do filme, realizado e escrito por Donald Kaufman, são injustas na medida em que, conforme ele disse e muito bem, " everyone has he's own genre - What's yours?"
Vivemos dentro do Cool e desmiolado Donald, que empresta uma espécie de mapa de afeição em meio á demência desgraçada de Charlie.
E sobretudo há uma ideia de beleza, complexidade e multiplicidade de influências de que somos todos feitos, a ideia de que não somos cristalizados em nada como norma de identificação unitária e redutora. Não somos só Charlie, nem Donald, e congratulo-me por sentir que Kaufman e Jonze escolhem esta forma inteligentíssima e brilhante de mencionar que a inteligência e a qualidade do que se possa perseguir ou realizar não assenta numa espécie de código subentendido do que é qualidade.
Ou seja, o final é um elemento de positividade que não é deslocado nem fora de contexto. É afinal de contas, a real Adaptação. Aceitar a premissa da jornalista, abrir a porta para que a imaginação e a busca da orginalidade não aliene a forma positiva de encarar os desejos perante a própria vida.
Lamento profundamente que algumas pessoas com quem falei tenham este horror pós-moderno a tudo o que signifique a capacidade de um protagonista de uma história superar-se e de alguma forma encontrar algum encantamento, por pequeno que seja, no seu percurso de vida. Sinceramente, esta obsessão pela definição da qualidade em função da tinta negra que se lança sobre a história confunde-me um pouco. Que se passa com todas essas pessoas? Abram as janelas da cave e percebam que o sol também brilha de quando em vez. E que o dia também faz parte da existência, caraças! E que tal não significa qualquer traição á forma inteligente e sentida de contar uma história. Tenho mais isto a a agradecer a Kaufman e Jonze.
Para mim, um dos claros filmes do ano.
Fantástico.
E sobretudo, apareceu numa altura muito importante para mim

Abraços



"Temos uma experiência familiar da ordem, da constância, da perpétua renovação do mundo material que nos rodeia. Todas as suas partes são frágeis e transitórias, os seus elementos agitados e migratórios, todavia ele subsiste. Está unido por uma lei de permanência e, embora sempre a morrer, renasce a cada instante. A dissolução apenas dá origem a novos modos de organização; uma morte gera mil vidas. Cada hora, ao chegar é apenas um testemunho de quão passageiro e, no entanto, quão seguro e quão certo é o grande todo. É como uma imagem nas águas, sempre a mesma, embora as águas fluam constantemente. O sol entra no ocaso para tornar a despontar; os dias são engolidos pela noite pela escuridão da noite para dela nascerem tão novos como se nunca tivessem findado. A Primavera transforma-se no Verão, e, pelo Verão e pelo Outono, é transformada em Inverno, ainda mais confiante pelo seu regresso último, para triunfar daquela sepultura para a qual resolutamente se apressou desde a sua primeira hora. Lamentamos as flores de Maio porque se destinam a murchar; mas sabemos que Maio um dia obterá a sua vitória sobre Novembro pela revolução daquele círculo solene que nunca se detém, que nos ensina no cume da nossa esperança a ser sempre sóbrios e no mais profundo da desolação a nunca desesperar."

John Henry Newman
"The Second Spring"





Em certa medida, todos temos uma espécie de local pequeno para onde escapamos, e uma espécie de código para chegar a esse local. Porque se é certo que todos somos destinos, então é nesse percurso que nos identificamos e damos as tais pistas subtis e indirectas para a nossa localização.
Sendo necessário verificar as nossas justificações noutros elementos do real, torna-se absolutamente necessário ir deparando com objectos, fórmulas, construções passíveis de desempenhar esse papel. É por isso que vamos encontrando musica, letras, imagens, pessoas e todo um universo de existências que provam indirectamente a nossa forma de estabelecimento da originalidade de cada vida individual.
Nessa óptica, existem entidades, vivas ou sem essa qualidade, que permanecem, enterram as suas fundações em rocha sólida e assim permanecem como marcos de uma identidade que a mais das vezes permanece obscura pela falta do ouvinte atento e humanização interessada. São aqueles tesouros que guardamos à semelhança do que fazíamos quando éramos meninos. Em sacos amarrotados, entrelaçados nas mãos ou amarrados ao cinto, para nos recordarmos, ao tocar, da sua existência. No fundo é carregar a originalidade do percurso de vida em marcos feitos de tudo, desde a dor mais pungente à ternura mais reconciliante com o mundo.

Por isso lanço o desafio de encontrarmos e colocarmos aqui pedacinhos desses locais. Automatismos de conforto para onde escapamos quando o desespero assenta como uma espécie de névoa compacta, ou elementos da mais pura alegria anexada á vivência de cada um, como marcos exógenos para onde caímos em sorrisos mais ou menos ridiculos mas definitivamente prazenteiros...

Abraços


Wednesday, June 18, 2003

Neoconservadorismo Bafiento Very Much Alive And Kicking...

Nem tenho mais comentários.
Como é normal, a violência até passa, mas isso dos corpos desnudos é que não... Aliás, mais vale ter uma licença de porte de arma que um cartão de vídeo comm acesso a filmes moralmente reprováveis...

Só me pergunto uma coisa... o que diria o Pipi disto? Espero que ele se insurja, pois sei que alguém o ouvirá...

Abraços!





Morality drive forces Hollywood to sack sex

JACQUI GODDARD IN MIAMI - in Scostman.com News


HOLLYWOOD is staging a cover-up as public and political pressure for less sex and nudity prompts a shift towards more wholesome screen scenes.

Rustling bed-sheets and sighing temptresses are being faded out as film directors examine their consciences amid calls for a return to good old-fashioned morality and modesty.

Five years ago, 25 new releases were ranked "R" by film censors in the United States because of their high level of sexual content. But last year, there were just 18 - and in the past 12 months there have been only eight.

Hollywood’s diminishing appetite for sex is partly attributed to the influence of a more socially conservative government under George Bush, the president, and his attorney general, John Ashcroft, a member of the Pentecostal church noted for his moral certitude.

Paul Verhoeven, the director whose film Basic Instinct drew more attention for Sharon Stone’s risque leg-crossing scene than it did for the quality of its plot and acting, told Premiere magazine: "There’s a drip-down effect of this government’s position in the film industry, so you will see much more other things than nude scenes on your screen." He added: "What do you expect with Ashcroft who is an ultra-Christian puritan?"

Hollywood is finding that classic passion à la Gone with the Wind sells, whereas explicit love scenes, like those played by Nicole Kidman and Tom Cruise in Stanley Kubrick’s last film, Eyes Wide Shut, are a turn off.

There is also a notable change in values among the film and television industry’s leading men and women, who are adopting a more demure approach as they get older.

Actresses still willing to take their clothes off only do so at a premium. Halle Berry famously levered an extra $500,000 from the makers of Swordfish before disrobing for a sexually explicit romp.

Others such as Julia Roberts, Sarah Jessica Parker and Sarah Michelle Gellar refuse point-blank to even consider steamy scenes, building no-nudity clauses into their contracts, while older stars such as Meryl Streep have made outspoken assaults on the industry for its past obsession with young nubiles at the expense of those with age and experience.

Cinema and television are also attracting a higher number of younger viewers these days, leading to an increasingly vocal lobby against sex in the media. A Gallup poll last month found that 67 per cent of people felt America’s moral standards were declining. Even Playboy magazine has announced it is to become more chaste in its approach.

The Parents Television Council, a non-partisan watchdog group, claimed in a survey released last month that the cumulative pressure on Hollywood is having an effect, finding that the major US television networks had shown a decrease in the sexual content of their programming by up to 75 per cent over the last four years.


CÍNICOS, PASSEM Á FRENTE

Sim, é verdade.
A bondade não está fora de moda, nem é pirosa, e ao contrário do que muitos pensam, também faz parte da natureza humana.
Há nos dias de hoje, como já profusamente o disse, uma propensão clara para identificar a corrente cultural com um neorealismo feio e supostamente objectivo.
Além de ser uma treta cabotina de todo o tamanho, a realidade prova o contrário, como neste caso.
Desculpem a foto, mas não encontrei nenhuma de um urso de peluche, por isso fica a inspiração natural.


Abraços de Urso


Posted on Tue, Jun. 17, 2003 - GrandForks Herald

FARGO: A precious find
Taxi driver finds 9-year-old Washington boy's lost bear
Associated Press

Bear got lost on his way to Kentucky. But he's been found, thanks to an alert cab driver, airline officials and a newspaper story.

Nine-year-old Patrick Fogarty of Anacortes, Wash., couldn't be happier.

The same goes for employees of Doyle's Yellow Checker Cab in Fargo, who found the well-worn teddy bear after it was lost at a Northwest Airlines gate at the Minneapolis-St. Paul airport.

"I can't say enough about the people of Fargo," Patrick's father, Michael Fogarty, said Wednesday from Union, Ky., where Patrick and his sister, Eva, 5, are visiting their grandmother, Anne Fogarty.

The Fogarty family knew the teddy bear had traveled to Fargo on a Northwest Airlink flight because a woman told a gate agent in Minneapolis she had found the bear and would check in Fargo to see if anyone had reported it missing.

Cab driver Jeremy "Red" Baker, 29, discovered Bear after dropping off a fare from the airport in Fargo on Saturday morning.

"I turned around and saw it there, sitting on the floor in the back seat," said Baker. "I knew it was important to someone. I still have a clown and a bear from when I was a kid and I remember what they meant to me."

He gave the teddy bear to Doyle dispatcher Dawn Teegarden, who put it in a closet to keep until someone called to claim it.

Patrick's mother, Suzanne, e-mailed The Forum on Tuesday to see if the newspaper could help find the bear. She offered a reward.

Dispatchers Terri Mills and Barb Reppen called after reading Wednesday's newspaper story about Patrick's plight to say they thought his teddy bear was at Doyle's.

"We don't want anything for it," Mills said. "A 9-year-old boy deserves to have his buddy back."

The Forum said it would overnight Bear to Patrick, courtesy of the cab company.

"I take 'Bear' on camping trips and pretty much everywhere. When I go to bed at night, he's always in bed with me," Patrick said.







Espadas, Alienigenas e um Cão chamado Deus



Um caso de insanidade mal diagnosticada resultou naquilo que parece uma piada de mau gosto, mas que infelizmente, não é. Com detalhes a roçar as mais escabrosas cenas medievais, este é um caso triste e preocupante.
Nas palavras do meu homónimo, talvez o mal não seja a concepção que fazemos dele, mas simplesmente algo que deixa de funcionar correctamente de um momento para o outro, e entra em completa contrariedade ou falta de sintonia com a Natureza...



When Bill McGarrity killed four-year-old Jessica Gallagher with a sword in January 2000, he believed she was an alien possessed by an evil spirit. He was sure his dog, God, would lick her back to life.

Now his sister, Tracy Russell, has spoken about the family's struggle to get him treated in the months before the killing.

"My brother didn't get the help he asked for, we asked for," she tells tonight's A Current Affair on Channel Nine.

The details of Jessica Gallagher's last few hours are horrific. So is the manner of her mother Carmel Angiletta's torture and rape. She was McGarrity's de facto partner.

But there is compelling evidence that McGarrity should have been taken into psychiatric care long before the murder.


Two days before the killing, he was visited by an acute care team, who concluded that he showed no signs or symptoms of mental illness. He was later found not guilty of murder because he was mentally ill at the time of the offence.

"He was just so obviously sick," Ms Russell said. "I really can't understand why they didn't listen to us, especially with such a long history and someone begging for help, and the incidents involved."

Ms Russell and her brother had urged the mental health team to admit McGarrity as an involuntary patient.

Carmel Angiletta's sister, Gabi Virtu, also begged for McGarrity to be taken into hospital, because she was worried about Jessica. "They were my last hope," she said. "I just didn't know what to do after that."

Ms Virtu and her mother repeatedly approached the Department of Community Services to remove Jessica from the house in San Remo, on the Central Coast.

Bill McGarrity had an 11-year history of mental illness, dating from his first admission to Gosford Hospital's Mandala Clinic in 1989, when he was diagnosed as suffering from schizo-affective disorder. He was back in 1991 after attempting suicide, and in 1996, when he was convinced he was Jesus.

He was admitted a fourth time in August 1999, and again in October 1999, just 10 weeks before Jessica's death. This time he fled after 10 days, despite a magistrate's order that he be treated for three weeks. Yet the hospital did not attempt to bring him back.

When Ms Russell asked for him to be readmitted, she was told there were no beds.

During his October 1999 stay in Mandala, McGarrity assaulted a patient and was violent towards staff. According to Ms Russell, he was smoking a lot of cannabis and had become "scary" and "obviously delusional".

"He would get angry if you interrupted," she said. "He would get angry because he was the Messiah."

The McGarrity case is one of six deaths where the killer had recently been released from psychiatric care. People harming themselves after release is even more common. Typically, shortage of beds is blamed.

"They simply don't get the care they need," said Dr Brian Pezzutti, who chaired the recent Legislative Council inquiry into the state's mental health services.

"NSW mental health funding is appallingly low by national and certainly international standards," he said. "And it's a diabolical reflection on us as a society that we have simply closed our minds to the biggest single epidemic of illness in NSW."

Neither the NSW Minister for Health, Morris Iemma, nor his chief mental health bureaucrat, Beverley Raphael, would comment on Jessica's death.

An inquest in August will examine the alleged systemic failure


in - The Sidney Morinig Herald, by Paul Barry - 18-06-2003


Abraço entristecido e arrepiado...


Tuesday, June 17, 2003







A CIGARRA E A FORMIGA - CARTA A PACHECO PEREIRA


“Já se notam os efeitos das férias: isto vai dividir-se entre as cigarras e as formiguinhas.

E lá vão as formiguinhas ganhar, como ganham sempre, ignoradas , gozadas , sem bronze , sem o sinistro toque dos Algarves , com aquela fome ancestral , de gerações , que as leva a trazer mais uma pedrinha , mais um raminho , a não se dispersarem , a terem disciplina , a pouparem .

Os outros levam os livros , mas depois há tanta areia , e está tanto calor , e deitei-me tão tarde …

E vai começar a silly season.”

in abrupto - junho 2003



Caro Pacheco Pereira:

Embora discordemos em muitas coisas e situações da realidade circundante, penso que de uma forma geral o seu modus operanti face à distribuição de opinião é algo que muito me agrada, e que sinceramente esclarece e interessa.
No entanto não consegui deixar sossegada a consciência e uma certa forma de indignação, que espero divertida, perante esta ideia acima transcrita. Ou seja, a glorificação e prática de algo que se pareça com divertimento saudável, com um descanso da mente e do corpo, com a diversão que não procura incessantemente um distanciamento cultural e pretensamente ecléctico, é metaforicamente apelidado como “a cigarra”. São a tradução conceptual, em termos de fábulas, da preguiça total, da ausência de capacidade, imprudência e ignorância sem causa nem porquê. Em suma, aqueles que procuram algo nas férias que não seja eminentemente relacionado a um actividade de militância cultural ( pelo que entendi, essencialmente livresca), são os pobres de espírito que não puxam pelo mundo, que andam cá a gastar oxigénio. Ao invés de aproveitarem o sol, o calor, a praia, os desportos, deveriam provavelmente atacar a versão trilingue do Tempo Reencontrado do Proust, ou fechar-se em casa e pensar em na forma de traduzir o Ulisses do Joyce ( que alguém já apelidou do romance mais incompreensível de sempre – na minha opinião, penso que relativamente a esse livro será aplicável o que disse Umberto Eco, ou seja, que a interpretação de qualquer livro ou obra equiparável é uma liberdade absoluta do leitor) para mirandês.
Já para não falar na questão da poupança, ou seja, há como que uma espécie de teoria da contenção e do sofrimento regrado, resultando numa modéstia de existência que coloca completamente à parte a ideia de uma pretensa necessidade que o ser humano tem de se divertir, movimentar, de gozar o corpo, a natureza, as diversões talvez mais leves. Ou seja, há uma culpa inerente ao facto de não sermos formigas, mais um no meio da populaça que verga a mola até as costas sangrarem, em detrimento de gozarmos o direito inalienável e a necessidade irreprimível de gozar o ócio.
Peço desculpa pelo tom algo hiperbólico, que sinceramente tem algo de brincadeira, mas confesso-me profundamente discordante com esta noção, que infelizmente grassa muita da nossa cultura, de um elitismo mais preocupado em cavar as diferenças entre aqueles que lêem e se preocupam com as coisas supostamente sérias, e a pretensa cambada de otários que nem sabe bem em que mundo se encontra.
Não sei porquê, mas tem algo de cabotinismo e falta de senso pedagógico, porque o quão bom seria encarar a cultura como algo também polvilhado de hedonismo, chamando as pessoas até ela, e não esta espécie de muralha dos sapientes versus os idiotas da aldeia.
Eu, que sou uma pessoa largamente ignorante perante o seu saber e cultura, não me julgo por isso menos consciente da proporção equitativamente necessária de todas as componentes da vida. Sou um fervoroso apoiante da “mens sana in corpore sano”, porque penso que só nessa complementaridade se encontra um equilíbrio. Acho tão importante uma pessoa conseguir sentir um arrepio, como me sucede, ao ler um magnífico parágrafo, como a desfrutar de uma cerveja gelada num pôr do sol, ou sentir que consigo correr e mexer-me com agilidade.
Além disso, a cultura não é só feita do acumular de saber, mas dos pensamentos criados perante os enunciados que a vida de todos os dias fornece. É feita da forma como se quer e deseja pensar, na capacidade de fazer perguntas, e não somente na acumulação de informação. Aliás, era Conan Doyle que dizia que a mente é como um sótão, de espaço limitado e onde só podemos guardar um certo montante de informação sem que toda ela se torne uma massa desarrumada e impassível de estar à disposição aquando da necessidade real.
Não será igualmente digno de chacota uma pessoa que nem sequer consegue dar três passos de corrida, ou que é destituída de qualquer agilidade física? Aliás, recordo que a ideia do homem da Renascença era precisamente um ser completo, física e mentalmente.
Não era Giordano Bruno um atleta formidável?
Não me leve a mal, ou talvez eu tenha interpretado as suas palavras de forma incorrecta, mas julguei este seu post um pouco inconsciente da variedade de formas de trilhar caminho na realidade quotidiana.
Eu sou, nessa lógica, uma formiga no ano inteiro, e uma cigarra leitora quanto baste no período de férias ou silly season. Além disso, estou como Yeates… cheirar as flores enquanto posso.

Continue o bom trabalho

Abraço Sincero

Stephen King







Perfume Francês? Passo, obrigado...

Realmente não era esta a ideia ou noção que tinha de perfume fracês, sinceramente...
E penso que assim se acrescenta um registo absurdo a tantos outros...
Já agora, porque não colocar corante azul nos rios poluídos? Pelo menos transmite aquela noção de fotografia filtrada de postal...

Enfim...

Abraços!




Ainda continuo profunda e orgulhosamente agnóstico, mas...





Lightning strikes peeping toms



Taipei - As if it was divine retribution, three men were struck recently by lightning while they peeped at a pair of passionate lovers having sex in a car in a hillside area in Taipei, police said on Sunday.

Hiding in a broken hut and each using a high-powered telescope, the three were so oblivious as they watched the lovers' act that they did not notice lightning flashing in the sky before a bolt hit the hut, the police said.

"All three were hit at the same time, but survived as they appeared to have evenly shared the impact of the super-high voltage electric current when the lightning struck," a police spokesperson said.

The officer said the three, who remained speechless for several hours, suffered minor burns in the skin of their hands and legs, while their hairs were all standing and their stares were fixed.

Doctors later said the three had a narrow escape because if there had been only one of them in the hut, the one struck would have been killed instantly, the police officer quoted a diagnosis report as saying.

As for the lovers, they quickly drove the car away after the lightning flashed and heavy rains started pouring down ... without even knowing what had happened, the officer said. - in South African Press Association





Sinal divino?
Eu diria invejazinha castigada....


Abraços







Monday, June 16, 2003



Os San Antonio Spurs são campeões da NBA. Prevaleceu a lógica e o poder do jogo interior.
Como gostava de ambas as equipas fico feliz. Mas tenho pena que o Jason Kidd não leve a taça.. No entanto, como para o ano que vem fala-se da presença deste precisamente nos San Antonio... A coisa promete!

Abraços!


Partiste a cabeça? Não, sou o Harry Potter por 7.95 USD..


Pronto... E já chegamos ao limite, penso eu...
Para aficcionados, a cicatriz do Harry Potter à venda, em forma de tatuagem temporária ou maquilhagem, segundo percebi.
J.K. Rowling, que tentou sempre que esta parafernália de marketing não ganhasse a dimensão de histeria colectiva, "perdeu finalmente a batalha", segundo o New York Times. Resta-lhe a consolação de ver a carteria submetida a um processo de engorda substancial... Do mal o menos...
Aos fãs, as boas notícias são a edição do quinto e novo volume, a publicar esta semana - Harry Potter and the order of the Phoenix. Divirtam-se!




Abraços





Pois é.. estive a banhos...
Não é que alguém leia este blog, mas para os desgraçados que aqui caem inadvertidamente, há que dar uma explicação cabal e cortês...

Adiante...
Volto ao mundo e constato que está tão idiota em certas coisas como estava antes das férias... e nem a paz de espírito ganha em magnífico cenário de praia me consegue fazer compreender certas coisas.
A pedofilia, ou suposta actividade relacionada, é ( felizmente!) legalmente vedada a todos... Não de acordo com a perspectiva, o preço da máquina com que se tiram as fotografias, e muito menos uma pretensa aclamação artística.
Sinceramente, eu cá tenho dificuldades em entender esta paranóia social quando estravasa os limites do razoável.
A minha mãe tem fotografias minhas quando eu era bebé, e estou nu. Com três anos, andava na praia nu. A minha família e amigos, para grande vergonha minha, viram essas fotografias. São pedófilos?
Caraças, a paranóia já começa a ir longe demais.
Mas se vai, ao menos que seja como a velha máxima.
Ou há moralidade, ou comem todos... independentemente do IRS.

Abraços!



River Walk art or child porn?

By Ihosvani Rodriguez
San Antonio Express-News

Web Posted : 06/15/2003 12:00 AM

Jock Sturges used the beaches of France as the backdrop to his pictures of nude boys and girls, while Sally Mann chose her family's farm to shoot nudes of her children.
Benito Tovar went to the River Walk.

Sturges and Mann have garnered much controversy over their photographs of nude minors, but they've also received worldwide acclaim as artists.

Tovar is no artist, at least according to local prosecutors.

The part-time Domino's pizza employee and former photography student at San Antonio College was arrested Nov. 3, 2001, after tourists reported seeing him taking pictures of a naked young man in a semisecluded stretch of the River Walk, police records indicate.

Charged with inducing the sexual performance of a minor and possession of child pornography, Tovar faces up to 20 years in prison and the label of sex offender for the rest of his life.

The charges come to the dismay of Tovar, who says he's an aspiring artist looking to expand his photography portfolio. He claims the eight black-and-white photos of the teen in different stages of undress as his art of the male nude form.

Tovar, 33, is scheduled to go to court June 23 in what could become the latest stage for the centuries-old debate over the line between art and pornography.

"This whole thing is ridiculous. It's being pushed by short-mindedness and ignorance," Tovar said. "When are people going to learn that just because a person is naked, it doesn't mean it's something sexual?"

Tovar said he met the 16-year-old San Antonio boy on a VIA bus. He said he scheduled about 15 models, including the teen, to meet him that day on the River Walk in the King William area for a morning shoot.

The teen was the only one to show up.

Click, click, click went Tovar's camera and off the teen's clothes came until he was completely nude. Tovar said the teen spontaneously began taking off his clothes without being asked.

Moments later, Tovar was in handcuffs headed to a police station where officers questioned him and confiscated his camera and film. That's when Tovar claims he first realized his model was underage.

Tovar's attorney, David Cuellar, is mulling whether to let District Court Judge Juanita Vasquez-Gardner or a jury decide the matter.

Cuellar acknowledged there's a risk jury members may have their judgment influenced by the nudity and not focus on the laws relevant to the issues.

"His intentions were never of a sexual nature," Cuellar said. "They're going after him by saying that he induced the teen into doing a (lewd act). There is no clear definition of lewd, and there was nothing lewd if his intentions were solely artistic."

Cuellar said the teen merely was posing, not touching himself and not sexually aroused — possible indicators of lewdness.

Prosecutors, however, said the photos are so pornographic they wouldn't provide Cuellar or reporters with copies, forcing the defense attorney and a hired art expert to review the pictures in the district attorney's office.

Both prosecutors and the defense have given the same descriptions of the photos to reporters, differing only on their opinion whether it's art or porn.

"If I made copies of these, or distribute them, then I'd be here in court facing child porn charges," Assistant District Attorney Scott Simpson said. "The kid is underage, and this guy knew he was underage, and he was taking pictures of him. It's that simple."

Ina Minjarez, who'll be leading the prosecution's case, said the deeper issue is not so much the art or pornography, but rather the exploitation of a teen who had a troubled past.

Local child advocates agree.

"What worries me the most is what must've happened to this child in his past to get him to this point where he's willing to take off his clothes and not think there's anything wrong with it," said Dr. Nancy Kellogg, medical director for the Alamo Child Advocacy Center.

Kellogg said that at 16, most teens are more vulnerable to being sexually exploited because they are becoming more familiar with sex and may not think what they are doing is wrong.

Whether it's exploitation or not, images of young children and adolescents are nothing new in the art world, said Dr. Anne Higonnet, a professor of art history at Barnard College in New York City.

Higonnet wrote "Pictures of Innocence" about the history of nude children in art and changes in child pornography laws.

"People with no clothes, including children, have always been the staple of art throughout the history of humanity," Higonnet said. "And there's always been a very broad divider that separates art and pornography."

She pointed to the ancient Greeks, who regarded statues of nude male teens, called "Kouroi," as one of the most sacred of art forms. At the same time, definition of art varies from culture to culture and between individuals, she said.

In the late 1970s and early '80s, Americans began taking a more critical view of child pornography.

In 1982, the U.S. Supreme Court ruled child pornography doesn't fall under the right to free speech, and made no exceptions for artistic images.

Congress went further in 1984 by prohibiting the possession or creation of sexual images of anyone under the age of 17.

"This case has a lot of edges," Higonnet said of Tovar's case. "He's 16, still a minor, but almost an adult. He's not actually posing in a sexually suggestive manner, yet he's still a nude adolescent. (Tovar) might not possess aesthetic quality to his work, but he's still an artist if he truly considers it.

"Ultimately, this will all come down to the definition that your community gives to art and pornography. In this case, the community meaning the jury."





Monday, June 09, 2003

Pontos de vista... mas é curiosa uma certa unanimidade, não é?



From the July 2003 issue of World Press Review (VOL. 50, No. 7)
Viewpoints
Weapons of Mass Destruction, MIA

Comment and analysis from Paris, London, Oslo, Milan, Beijing, Athens, Mexico City, Edinburgh, New Delhi, Cairo, Bangkok, and Tehran


U.S. soldiers search an industrial complex in the central Iraqi town of Baquba for chemical weapons, May 1, 2003. None were found (Photo: Roberto Schmidt/AFP).
Paris Le Monde (liberal), May 8: Almost a month after the fall of Baghdad, none of the weapons the U.S. government accused Saddam Hussein of possessing have been found....In mid-January, a senior State Department official nevertheless stated that, as soon as they had control of the country, U.S. forces would be able to establish the veracity of these accusations. “Do you know where to find these weapons?” one journalist asked. The reply was categorical: “Yes, absolutely.”

London The Observer (liberal), May 11: Many experts believe something will be found. Before the 1991 Gulf War, Iraq did have a massive chemical and biological weapons program. Some is probably still lying around. If sufficient quantities can be uncovered perhaps it will be enough for a public eager to feel the war was worth it. Finding nothing is unthinkable.

Oslo Aftenposten (conservative), May 7: The Bush administration had described a comprehensive system of weapons of mass destruction, where thousands of tons or liters of varying substances were manufactured. It may still happen that the American forces find such weapons, but developments up until now represent a colossal disappointment and also a potential undermining of the whole rationale for the invasion.
—Geir Lundestad

Milan Panorama (centrist newsmagazine), April 17: At this moment, the war’s official motive has taken a back seat. It seems that these weapons of mass destruction are not the main cause of the conflict any more. Yet one of the short-term goals will be to demonstrate their existence. So far, the only trace of suspect substances has been found in some cans near ancient Babylon, at Albu Mahawish. Not enough to quell criticisms that could come both from United Nations organizations and other European countries that opposed the invasion.
—Massimo Franco

Beijing World News Journal (biweekly of China Radio International), May 1: It has become the most sensitive and the most urgent task for the U.S. military force to search for weapons of mass destruction since Iraq was occupied. This is directly related to the question of whether the war carried out by coalition forces against Iraq was lawful or not....So the international media have raised inquiries: Does Iraq actually hold weapons of mass destruction? Is the U.S. Army sincere and honest in its searching operation?
—Xin Di

Athens Ta Nea (liberal), April 12: Washington and London up until today reassure us that these weapons exist and shall be found. But where? This is one of the “unanswerable questions,” probably the main one, since its promotion was the basis of the argument for a military intervention. Of course, answers to this question are being sought and efforts are being made in that direction. Until now, though, no “smoking gun” has been found....So, where are the super-weapons and chemicals?
—Rena Dimitriou

Mexico City La Jornada (left-wing), April 27: With no testimonies and no evidence, Bush has held, against all odds, that his war was against an enemy equipped with prohibited weapons, even though the existence of such weapons has never been proved, not yesterday, not today. What’s it all about? It’s not just oil. We could say that is the utilitarian part of the matter. But there is also a perverse intention....Bush wants the world. The world all for himself. For his system. For his financial group. For his banks.
—Juan Saldaña

Edinburgh The Scotsman (independent, moderate), May 12: The United States is scaling back a military task force hunting for weapons of mass destruction in Iraq amid rising frustration over the failure to find chemical, biological, or nuclear arms....The 75th Exploita-tion Task Force was described as the spearhead of the U.S. plan to discover and display forbidden Iraqi weapons. The group’s departure, expected [in June], marks a milestone in frustration for a major declared objective of the war.
—Gethin Chamberlain

New Delhi Hindustan Times (centrist), April 24: The controversy about Iraq’s putative weapons of mass destruction is becoming murkier. While no trace of these has yet been found, the United Nations’ chief weapons inspector, Hans Blix, has leveled charges against both the United States and Britain, which are highly disturbing, to say the least.

Cairo Al-Akhbar (government-owned), May 6: Today, though more than a month and a half has passed since the war started, no trace has surfaced of the weapons that the U.S. president and the British prime minister alleged were in Iraq and that they used as an excuse to wage the war....The sure thing is that no one believes or trusts the statements issued by the U.S. administration any longer. If this administration today announces that its men found weapons of mass destruction in Iraq, no one will believe it.
—Said Sunbul

Bangkok Matichon (independent, center-left), May 8: The whole world is asking the question: “Where are Iraq’s weapons of mass destruction?”...The question will remain, haunting both the United States and Britain as long as they cannot find weapons of mass destruction in Iraq and show them to the world....With all its might and willing informants, the only reason the United States failed to find any clues is that there were no weapons of mass destruction in Iraq. A bitter pill for the United States to swallow, of course; hence President George Bush’s continuing stubborn hunt.

Tehran Resalat (conservative), May 7: After the war in Iraq, the Americans revealed their political and greed-oriented motives in the fight against terrorism and the discussion on weapons of mass destruction. Words such as terrorism, weapons of mass destruction, democracy, and human rights are used as tools by the U.S. administration to infiltrate and to gain control. Moral and humanistic motives are not the elements that encourage the United States in its war against terrorism, the destruction of weapons of mass destruction, and the creation of democracy in some countries. The United States has always had a dual vision of these words, with selective comprehension and an interest-motivated outlook


Ainda bem que não vendem lá a Ana + Atrevida...

Pronto, agora é que está tudo tramado... Lá se vão ao ar as revistas cor de rosa que mostram os implantes silicone do Jet Set, ou as publicações de boa forma.
Isto para eviat comentar aquilo que nem merece comentário...

Abraço





SOU O REI DOS CRUZAMENTOS!!!

Bem, a argumentação dos motards não é assim tão descabida, mas ainda assim...

Abraços


DUH!!!!

Será que dão isqueiros aos incendiários para acenderem os cigarros? Perto da lavandaria da prisão, por exemplo?

Abraço!







AS GUERRAS BLOGUIANAS


Sei que provavelmente arrisco-me a levar porrada de meia noite com aquilo que possa eventualmente aqui colocar, mas perante o caos bélico e a panóplia de orgulhos intelectuais feridos que pedem basta, senti-me impelido a dizer alguma coisa. Por isso, cá vai.

Depois de ler toda esta polémica, e verificar as crises de maus fígados um pouco por toda a esfera bloguiana, não posso deixar de recordar algo que me trouxe uma espécie de prenúncio, e que de alguma forma fez com que eu me retirasse da vida mais activa do Pastilhas

É óbvio que é muito engraçado ser politicamente incorrecto, e deitar veneno ou cepticismo supostamente cultural por todo o lado, com nenhum outro intuito que não seja dar uma perspectiva engraçada ou crítica perante alguma coisa. O problema é que os exercícios de tolerância também se tornam necessários, e há determinados quintais com demasiadas estufas de vidro diáfano em cada pessoa. Embora isto possa claramente ser considerado ocnta corrente em termos da atitude cultural e social supostamente esclarecida dos dias de hoje, a boa vontade e a tolerância não são pirosas, e sobretudo não têm um cunho de condescendência com tanta gente acusa.

No Pastilhas, um local onde me sentia em casa, fui acarinhado, mas também enxovalhado de uma forma que julguei inaceitável, e por razões atinentes á minha dignidade pessoas, retirei-me, com grande pena minha, devido á perda de contacto com algumas pessoas com quem me dava real gozo aprender, conversar e mesmo trocar ideias. Para mim isso acabava por significar um prenúncio. Algo que pelos vistos acabou por se concretizar agora com esta situação da Zazie, a qual eu até desconheço.

Mas o cunho é comum. Por toda a blogsfera irrompe uma militância de posições próprias defendidas com uma acidez mesclada com condescendência ressentida. E os resultados estão á vista. Não se discute ou troca ideias, mas tecem-se redes de má fé e ressentimento, plenos de uma discordância conceptual que se quer levar ás últimas consequências.

Olhando para tudo isto, só consigo recordar-me de Golding. E de alguma forma assustam-me estas manobras de mobbing e promessas de duelos de estalada em local a determinar. O propósito parece-me claramente perdido, e penso que aquilo que se confundiu com esclarecimento e clareza intelectual, revelou a sua máscara de belicismo eminente.

Nunca entendi a tendência quase dominante de algumas pessoas em confundirem a leitura de livros e a tomada de consciência de mil perspectivas diferentes como uma espécie de cartão branco ou passe social para a crítica desencantada como factor único de perspectivação da realidade. Sinceramente, a cultura não é feita dessas coisas. É feita sim de perspectivas, de formas de ver as coisas, mas a liberdade correlativa a essa forma diferente de dar pedaços do real não signfica a ausência de tolerância nem o insulto escudado por citações do 1234ª livro que se leu. A eterna atitude do contra, de colocar tudo em causa porque sim, de apenas ter por modo de análise da realidade umas perspectiva enegrecida e desencantada, tem o seu calcanhar de Aquiles aqui verificado.

As Guerras Bloguianas, e voltando a Golding, recordam-se o seu postulado, que eu de alguma forma coloco emcausa, porque não julgo de forma alguma que somos unica e exclusivamente feitos dessa massa. A selvageria e a tendência para a destruição por mecanismos de poder diferidos ( opinião, gostos, etc) não é a única forma de tomar consciência do local em que vivemos. E o que digo a essas pessoas é sempre a mesma coisa. Se isto é tão mau, porque raios é que não agarram numa carabina e acabam com a miséria própria? Desculpem, isto foram os meus maus fígados a transbordar...

Acho que o tal esclarecimento defendido pela critica selvática e desencantada está a mostrar os seus frutos. Cria um senso de ressentimento e agressão direccionada, que é afinal confundida com uma defesa acérrima de uma posição qualquer. Criam-se equívocos, e geram-se razões mais ou menos defensáveis no auto convencimento, de que realmente o melhor caminho para a troca de humanidades é através do choques de cada uma delas.

Eu discordo.

Apesar de estar muitas vezes em desacordo com ela, mando um abraço de solidariedade á Zazie, porque sei o que é sentir isso na pele.
E sinceramente não gosto de ver a lógica que começa a aplicar-se ao mundo bloguista, onde o extremar das posições cria estas bolsas de conflicto que penso que não beneficiam nada nem ninguém.

Talvez se se perder um pouco a pose de quem acha que nada está bem e que como tal, está legitimado a varrer tudo debaixo de uma saraivada de ódios mais ou menos estruturados em discurso, a coisa melhore.

Quanto á polémica da Papoila, penso até que já me pronunciei, mas a verdade é esta. PAreceu-me inofensivo na altura, e acho que ainda o é. Se eu o faria? Talvez não. Talvez até nem tenha achado a melhor forma de estruturar uma crítica.
Mas gaita, e recordo o Nome da Rosa, o que é o humor senão a exploração do humor através das falhas próprias e alheias? Acho que como em tudo, o equilíbrio e a ponderação permitem espaço para (quase) tudo.

Basta recordar a lógica das caricaturas. Não são exacerbados sempre os traços mais dignos de chacota?

Mas perguntamo-nos se existem limites. Claro que sim. Auto impostos. Feitos de um juízo de respeito e afeição abstracta para com outros. Eu tenho esta mania imbecil de querer bem aos outros á priori, mas isso foi produto do que me ensinaram em casa, e daquilo que o meu percurso de aprendizagem e interacção socio-cultural me proporcionaram.
As Guerras Blogianas só agora começaram. E espero que não durem muito tempo.
No entanto, o meu pressentimento não é dos melhores... sinceramente.

Abraços!







This page is powered by Blogger. Isn't yours?